IV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL
UNIPAMPA
Marginalidade e Subalternidade nos Mundos Antigo e Medieval
20 a 24 de Novembro
Palestrantes
*Profa. Dra. Renata Cerqueira Barbosa (UNESP/Assis)
20 de Novembro - 19h
Decolonialidade, marginalidade, subalternidade e suas perspectivas
de análise nos Estudos Clássicos
Dentre as grandes discussões teórico-metodológicas referentes ao estudo do mundo antigo, uma delas diz respeito à aplicabilidade dos conceitos teóricos atuais para a análise daquelas sociedades. Desde a criação dos Annales e a utilização da interdisciplinaridade nas análises historiográficas, muitas metodologias e perspectivas teóricas têm surgido, com o objetivo de compreender, o melhor possível, as práticas culturais, políticas, econômicas e religiosas em seus devidos contextos. Nas últimas décadas, vemos a emergência de novas categorias de análise, no bojo dos estudos pós-coloniais. Neste sentido, propomos uma retomada do contexto de surgimento destas categorias, bem como, sua aplicabilidade nos estudos clássicos recentes.
*Renata Cerqueira Barbosa atua na área de História Antiga, História Cultural e Usos do Passado. Lecionou nas áreas de História Antiga, História Medieval, Teoria da História, História do Brasil, História Moderna, História Contemporânea, Educação em Direitos Humanos, História e Filosofia da Ciência e Tópicos de Ensino. É doutora em História pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Campus de Assis (Março/2011), possui Mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná (2002), Graduação e Especialização em História pela Universidade Estadual de Londrina (1998/1999). Atua no ensino Fundamental e Médio desde 2003 e no ensino superior desde 2000 até o momento, como professora colaboradora Adjunta do Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina - UEL. É pesquisadora do grupo "Antiguidade e Modernidade: Usos do passado" - CNPQ, do Grupo de Pesquisa "Gênero, Sexualidade e Sociedades" - USC, do Núcleo de Estudos Antigos e Medievais - Unesp/ Assis, do "Laboratório de Estudos Antigos e Medievais" - LEAM/UEM e do "Laboratório de Estudos dos Domínios da Imagem" - LEDI/UEL. Foi Membership na Universidade de Londres em 2009, durante pesquisa de doutorado. O Pós-doutorado foi concluído na Unicamp em abril de 2015. Outro pós-doutorado está sendo iniciado na UNESP/Assis, com financiamento do CNPQ. Lecionou como professora conferencista a disciplina de História Medieval II na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"- Unesp/Assis, (2021). Atualmente, leciona nas áreas de História Moderna e Contemporânea na Universidade Estadual de Londrina e no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná.
*Profa. Dra. Beatris dos Santos Gonçalves (UFF)
21 de Novembro - 19h
À Margem da Lei: Crimes e Criminosos em Portugal Medieval
À margem da lei e da sociedade, criminosos – ou acusados da autoria de algum crime – são analisados a partir da reflexão dos discursos jurídicos dos reis da Dinastia de Avis (séc. XV), presentes nas Ordenações do Reino e nas Cartas de Perdão. Ao buscar personificar a ideia de centralidade, justiça e soberania, o rei age nos deslocamentos de aproximação e de afastamento dos que eram representados como marginais à época, já que o comportamento desviante, como no caso do crime, acarreta mácula, desconfiança e desclassificação do súdito perante o corpus social a qual pertence. Ao tipificar o crime, identificar seus praticantes, sinalizar penas, ou mesmo optar pelo perdão, o soberano passa a decidir sobre a culpa ou a inocência daqueles que infringem as leis do reino e são nocivos à cristandade, como estratégia política e expressão de poder.
*Beatris dos Santos Gonçalves possui Pós-doutorado em História Medieval pela Universidade Federal Fluminense (2014). Doutorado em História Social pela Universidade Federal Fluminense (2010). Mestrado em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Licenciatura pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Atualmente é docente no IBMEC/RJ e na Universidade Candido Mendes, atuando nas áreas de História Medieval e História do Direito. Autora de várias publicações sobre temáticas da Idade Média portuguesa, principalmente relativas à sociedade e ao direito. É pesquisadora do Laboratório de Estudos Medievais e Ibéricos – Scriptorium/UFF e na empresa de consultoria e pesquisa em História – Outros Tempos, com experiência no setor de teledramaturgia.
*Profa. Dra. Renata Senna Garrafoni (UFPR)
22 de Novembro - 19h
Os grafites de parede de Pompeia como fonte para estudos das subalternidades
O objetivo central desta reflexão é explorar a potencialidade dos grafites de parede de Pompeia como fonte para estudos de subalternidades. Para tanto partirei de um breve histórico de como os grafites foram construidos como documento, uma vez que nem sempre foram considerados fontes pelos historiadores, para em seguida propor discussões de abordagens teórico-metodologicas possíveis e me aprofundar na vertente que tenho trabalhado na atualidade, a dos espaços de escrita. Com este recorte pretendo apresentar discussões interdisciplinares entre Arqueologia ( em especial espigrafia e espacialidade) e História, para defender que grafites são importantes registros para compreender a diversidade de sujeitos que circularam nas ruas de Pompeias e deixaram suas impressões e visões de mundo.
*Renata Senna Garrafoni possui graduação em História pela Universidade Estadual de Campinas (1997), mestrado (1999) e doutorado em História (2004) pela mesma instituição. É professora no Departamento de História da Universidade Federal do Paraná desde 2004, com experiência na História Antiga, atuando principalmente nos seguintes temas: antiguidade clássica, epigrafia e literatura latina, grupos marginalizados romanos, releituras do mundo greco-romano na Modernidade (séculos XIX e XX). Fez pós-doutorado na Universidade de Birmingham, Reino Unido (dez. 2008 a março de 2009), com bolsa da British Academy e atuou como pesquisadora colaboradora do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de agosto de 2017 a janeiro de 2018. É pesquisadora colaboradora junto ao CEIPAC (CENTRO PARA EL ESTUDIO DE LA INTERDEPENDENCIA PROVINCIAL EN LA ANTIGÜEDAD CLÁSICA) da Universidade de Barcelona, ao CLIOGEN (Grup dInnovació Docent sobre Gènere i Història) da Universidade de Barcelona e ao projeto ANTIMO (2022-2024) - Proyecto de I+D+i "La Antigüedad modernizada: Grecia y Roma al servicio de la idea de civilización, orden y progreso en España y Latinoamérica", PID2021- 123745NB-I00, MCIN/AEI/10.13039/501100011033 y FEDER. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), Associação Nacional dos Professores de História (ANPUH), Roman Society for Classical Studies (Inglaterra) e World Achaeological Congress (WAC). Foi tutora do PET-História de setembro de 2010 a agosto de 2016, Editora da Revista História: Questões e Debates entre março de 2010 a março de 2012 e setembro de 2017 a agosto de 2019, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) no biênio 2012-2013 e editora da Revista Classica da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos no biênio de 2013-2014. Foi coordenadora do curso de Pós-Graduação em História da UFPR no biênio 2019-2021
*Profa. Dranda. Raisa Sagredo (UFSC)
23 de Novembro - 19h
A Pré-Modernidade na Bruxaria Feminista de Margaret Murray:
subversão e temporalidades
Tanto na historiografia como na área interdisciplinar Pagan Studies, a polêmica obra O culto das bruxas na Europa Ocidental, publicada em 1921 pela egiptóloga, folclorista e feminista Margaret Murray, suscitou os mais intensos debates (Cohn 1975; Ginzburg 1989; Rose 1962; Thomas 1971). Para além de diversos problemas de ordem metodológica contidos na obra, a Hermenêutica proposta por Schuback (2010) – que propõe compreender a cosmovisão manifestada na fonte – nos permite identificar elementos subversivos acerca do masculino e do feminino na cosmopercepção de Murray. Estes, articulam-se em temporalidades fluídas, onde a Pré-História, a Antiguidade, o Medievo e a Modernidade são perpassadas por uma ideia de continuidade. Em uma escolha marcada por sua experiência intelectual e social, Murray mobiliza e ressignifica a perseguição às bruxas, trabalhando o masculino e o feminino como subversivos, construindo e inaugurando o que foi chamado por Winick (2015) de “Bruxaria Feminista Moderna”.
*Raisa Sagredo é Doutoranda em História Global na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sendo bolsista FAPESC e orientada pela professora Dra. Aline Dias da Silveira; Mestra em História Cultural pela mesma instituição, Graduada em Pedagogia (2019) e em História (2015). Integra o Meridianum – Núcleo Interdisciplinar de Estudos Medievais/UFSC desde 2015, e o Projeto Meridianum Complexus – História e Filosofia Públicas na Ecologia dos Saberes em Redes Sociais e Canais de Interação Audiovisual/UFSC. Atua como produtora de conteúdo e youtuber no Canal AntigaMENTE @canal.antiga.mente e organizadora do portal de cursos Encruzilhada do Saber @encruzilhadadosabercursos. A maior parte de suas pesquisas são do campo da História Antiga com ênfase em usos do passado, Egito Antigo, bem como de História das Religiões e da área Pagan Studies.
*Profa. Dra. Ana Paula Tavares Magalhães (USP)
24 de Novembro - 19h
As Vitae de Francisco de Assis e a construção da memória na Ordem Franciscana (Século XIII)
A construção de uma narrativa inequívoca acerca das origens da Ordem por parte de setores diversos e divergentes não é um fator de comprovação de veracidade. Em primeiro lugar, é preciso considerar que há um contínuo cruzamento entre as fontes, que tomam umas às outras como suas próprias fontes ao longo de um contínuo processo de trocas e de diálogo. Esse processo de construção de memória teria por base comum a Vita prima escrita por Tomás de Celano. Em segundo lugar, é preciso considerar que a construção de uma identidade franciscana implicou na elaboração de uma memória unívoca. Sendo assim, a escrita refletiria, por vezes voluntariamente e por vezes inconscientemente, uma necessidade de fixar particularidades reconhecíveis como inerentes à Ordem; por outro lado, a fixação de aspectos específicos também estabelecia os franciscanos em uma relação de alteridade diante de outras instituições da Igreja, sobretudo as monásticas.
*Ana Paula Tavares Magalhães possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade de São Paulo (1995), Mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1998) e Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2003). Atualmente é professor-doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: idade média, relações de poder, educação, literatura e história. Participa como membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas - LUDENS-USP, atuando junto ao núcleo de Estudos Medievais. É membro do NEAM - Núcleo de Estudos Antigos e Medievais (UNESP/Assis e Franca), do NEMED - Núcleo de Estudos Mediterrânicos (UFPR), membro-conselheiro da ANPUH - Associação Nacional dos Professores de História, secção São Paulo, membro da ABREM - Associação Brasileira de Estudos Medievais, da SAEMED - Sociedad Argentina de Estudios Medievales, entre outros. possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade de São Paulo (1995), Mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1998) e Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2003). Atualmente é professor-doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: idade média, relações de poder, educação, literatura e história. Participa como membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas - LUDENS-USP, atuando junto ao núcleo de Estudos Medievais. É membro do NEAM - Núcleo de Estudos Antigos e Medievais (UNESP/Assis e Franca), do NEMED - Núcleo de Estudos Mediterrânicos (UFPR), membro-conselheiro da ANPUH - Associação Nacional dos Professores de História, secção São Paulo, membro da ABREM - Associação Brasileira de Estudos Medievais, da SAEMED - Sociedad Argentina de Estudios Medievales, entre outros.