Apresentação

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    O Laboratório de Pesquisas e Estudos de História Medieval (LAPEHME), do Curso de História, da Universidade Federal do Pampa/Campus Jaguarão, apresenta a exposição O Diabo, mil anos “tocando o terror”: Imagens do Mal entre os séculos XI e XXI. Este trabalho é fruto dos estudos desenvolvidos por discentes integrantes do Laboratório, vinculados ao Projeto de Pesquisa “Livrai-nos do Mal”: Estudos sobre Demonologia, Inferno, Heresia, Paganismo e Bruxaria nas Idades Média e Moderna, coordenado pelo Prof. Dr. Edison Cruxen. Atualmente, o tema do Diabo, enquanto construção histórica e social tem conhecido grande desenvolvimento e atraído o interesse de muitos historiadores.

       Nas imagens do Mal, configuradas em demônios, no Diabo, em Lúcifer e no Inferno, encontra-se um fértil e interessante tema investigativo, permitindo-nos acessar um conjunto de crenças que influenciou, profundamente, o funcionamento das sociedades pré-industriais. Estas fontes imagéticas proporcionam pensar os medos, formas de controle, relações de poder, fugas e contestações contra as autoridades clericais e laicas durante séculos. A importância do Diabo no imaginário da sociedade cristã-ocidental está no longo e intencional processo de construção de sua história e imagem, que perdura mais de mil anos.

       Mesmo contemporaneamente, encontramos diversas ressignificações dessa entidade, muitas vezes, fora do âmbito religioso e vinculadas à grande mídia (séries de televisão, filmes, internet, games, HQs e animações). A exposição se propõe a contar duas histórias da representação do Mal, através de imagens e textos. Uma que apresenta a milenar caracterização física do Diabo e outra que conta sua trajetória e atuação no mundo, desde   A Queda ao Juízo Final.

       Composta por 41 imagens, organizadas em 11 temas, abrangendo do século XI ao XXI, sua disposição não segue um padrão cronológico, misturando, intencionalmente, nas sessões temáticas, representações de períodos distintos, permitindo comparar as formas de pensar e registrar o Mal em diferentes recortes temporais. Além das representações imagéticas do Diabo, que objetivam demonstrar seu hibridismo, cores, deformações, animalidade e monstruosidade, a exposição também aborda a disputa das almas, as tentações, o pacto satânico, o Sabah e as consideradas servas do Mal neste mundo, as bruxas.

      Após a leitura dos textos explicativos as imagens podem ser ampliadas, para melhor visualização de seus detalhes, clicando no ícone de expansão no canto superior esquerdo. Esperamos que os/as visitantes compreendam um pouco mais a construção histórica-religiosa do Diabo e como, ao longo dos séculos, se configurou e corporificou uma entidade maligna, cada vez mais poderosa e assustadora, presente na memória e no imaginário dos cristãos, do medievo ao nossos dias.